Portugal apresenta um dos índices de envelhecimento mais elevados da União Europeia, reflexo do aumento da esperança média de vida e da baixa taxa de natalidade. Este panorama demográfico sublinha uma necessidade urgente de implementar estratégias que assegurem qualidade de vida, bem-estar psicológico e integração social dos idosos.
A saúde mental no envelhecimento não deve ser vista apenas como uma preocupação individual, mas sim como uma responsabilidade coletiva. O processo de envelhecimento está frequentemente associado a fatores de vulnerabilidade psicológica, como a transição para a reforma, o luto de entes queridos, o declínio das capacidades físicas e o risco de isolamento social. Desta forma, é fundamental implementar medidas que promovam a resiliência emocional e ofereçam apoio tanto psicológico quanto social aos idosos.
A família assume um papel decisivo na promoção do bem-estar psicológico do idoso. A existência de relações baseadas na empatia e no apoio emocional, contribuem para prevenir problemas como a ansiedade e a depressão. A participação da família nas rotinas diárias do idoso e a criação de ambientes de suporte afetivo, são essenciais para fortalecer a sua saúde mental.
Para além do papel da família, a sociedade deve incentivar a inclusão e a valorização da população idosa, eliminar preconceitos relacionados com a idade, valorizar a sabedoria e a experiência. A implementação de programas de envelhecimento ativo, que englobem atividades físicas, culturais e recreativas, constitui um meio eficaz de preservação da autonomia e da saúde mental.
No poder público, existe a responsabilidade de garantir infraestruturas e serviços que favoreçam a saúde psicológica dos idosos, como o acesso aos profissionais de saúde mental no sistema público de saúde, a criação de centros de convívio e atividades ocupacionais, a garantia de condições financeiras dignas através de reformas justas e o combate aos maus-tratos físicos e psicológicos são medidas imprescindíveis para a promoção de um envelhecimento saudável.
A interação entre família, a sociedade e poder público é indispensável para criar condições que favoreçam a saúde mental dos idosos com responsabilidades distintas, mas que se complementam.
‘Um idoso com uma boa saúde mental vive com mais plenitude e alegria, aproveitando cada momento com serenidade e propósito.’
Reconhecer o valor da terceira idade é garantir as condições necessárias para um envelhecimento saudável, isto não é apenas um dever moral, mas é uma exigência social e política que beneficia todo o mundo.
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